O promotor Rodrigo Chemin, que acompanhava o caso do ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho enquanto o processo corria em foro privilegiado, disse há pouco, em entrevista à CBN, que o conjunto probatório recolhido no inquérito sobre o acidente que matou dois jovens em Curitiba, não deixa dúvidas sobre a embriaguez de Ribas Carli e da absurda velocidade que ele desenvolvia no momento do choque.
Chemim reafirmou que o conjunto de evidências caracterizam duplo homicídio com dolo eventual. Segundo o promotor, não há contradições nos 26 depoimentos colhidos até agora. Ele descreveu, passo a passo, o que Ribas Carli fez horas antes do acidente, desde o restaurante.
“Ribas Carli jantou com o seu tio (deputado Plauto Miró) e, juntos, tomaram uma garrafa de vinho. Depois o tio foi embora e ele passou para a mesa de um casal amigo. Nesta mesa, tomou mais 3 ou 4 garrafas de vinho. A mulher praticamente não bebeu e o amigo diz que quem mais bebeu foi o deputado, o que se comprova pelo comportamento dele em seguida. Na saída, Ribas Carli chegou a entrar no carro do amigo porque foi aconselhado a não dirigir por estar alcoolizado. Saiu do carro em movimento, ainda no estacionamento, cambaleando e chegou a ficar de quatro no chão. Não aceitou as recomendações para não dirigir e assumiu o risco. Saiu do restaurante cantando pneus e, segundo as testemunhas, entrou na rua Carlos de Carvalho, que é a preferencial, sem parar”, disse o promotor segundo o inquérito.
O promotor disse ainda que, entre a saída do restaurante e o momento do acidente não é possível saber o trajeto do deputado. “O que se sabe é que ele estava, no mínimo a 150 km/h no momento da colisão. Isto de acordo com o depoimento de peritos”, afirmou Chemim, que agora deixa o caso para um promotor de Juízo de primeiro grau, já que Ribas Carli não tem mais foro privilegiado.
Texto do blog de Fábio Campana.