Fora a lenga-lenga no discurso protocolar de Requião que abriu a abertura dos trabalhos, ontem, na Assembléia, sobrou a “versão paraguaia”. No único espaço que reservou ao improviso, o governador anunciou que, se fosse americano, votaria no democrata Barack Obama, por uma questão de extração social. Se fosse paraguaio, em Fernando Lugo Mendes, ex-bispo de Assunção, porque seu coração bate do lado esquerdo do peito. É uma descoberta anatômica e tanto.
Não foi uma intervenção gratuita. Requião queria, assim, justificar as viagens mensais que o secretário Airton Pissetti (Comunicação Social) anda fazendo ao país vizinho para assessorar Lugo, sem autorização prévia e, pior, sem se desincompatibilizar do cargo público, a R$ 11,9 mil mensais (fora as benesses).
Requião acha tudo normal. É tudo pela causa. Diz que, em seu primeiro mandato (1991-94), também colaborou com a democracia paraguaia e praticamente “catequizou” os guaranis na arte da eleição.
Como fez isso? Desincompatibilizou secretários e assessores e enviou-os na missão. Eis a palavrinha novamente. Desincompatibilização. A levar em conta a declaração do governador, que não estava contida no discurso, mas foi devidamente gravada, e o secretário Pissetti, que balança mas não cai há cinco anos, pode estar se despedindo do cargo para dedicar-se, exclusivamente, à campanha do bispo paraguaio com todo o desprendimento e desapego que demonstrou em entrevista recente (incluindo o dinheiro). É coisa de pele.
Texto do Blog de Marcus Vinícius
Secretário Estadual de Comunicação Airton Pissetti, deu uma piscadinha para o governador no final do discurso.
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