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11 junho 2008

Caso Alpendre

Na Escolinha, Requião atacou o ex-diretor jurídico da Paraná Previdência, Francisco Alpendre. Previsível. Alpendre saiu atirando. Requião respondeu ao fogo.

O governador jura que demitiu Alpendre porque ele estaria interessado em “fazer a ponte” com corretoras de títulos de valores que oferecem comissão de até 8% pela captação do dinheiro. Uau!

No final da tarde de hoje, Alpendre, o ex-queridinho do governo no imbróglio contra o Ministério Público do Paraná, divulgou nota de mão pesada. Vai abaixo.

Em relação às declarações emitidas pelo Sr. Roberto Requião, Governador deste Estado, na Escola de Governo desta terça-feira, informo o seguinte:

a) Mantenho todas as declarações que dei até o momento. Todas, sem exceção, amparadas em documentação que comprovam minhas palavras;

b) O Diretor Jurídico da Paraná Previdência, por força da Lei 12.398/98 é responsável pelos pareceres jurídicos. Não faz investimentos, não transfere 400 milhões de reais em um dia para bancos públicos e privados, não tem contatos com bancos de segunda, terceira ou quarta linha. Todas essas prerrogativas pertencem ao Diretor de Finanças e Patrimônio da instituição.

c) O investimento de 50 milhões no Banco Pactual é apenas um de inúmeros detectáveis em bancos privados, sob suspeição, em todo o Governo Requião, desde 2003. Há mais de cinco anos o Governador autoriza, através de seu Diretor da Fazenda, investimentos de enorme vulto em bancos particulares.

d) O Governador do Estado praticou crime de responsabilidade ao não efetuar repasses obrigatórios à Paraná Previdência e deixar um rombo que o próprio contador da Paraná Previdência, em ata que tenho comigo, atualmente é calculado em mais de 3 bilhões de reais.

e) O Governador do Estado possui conhecimento de todas estas questões da Paraná Previdência, em especial dos últimos investimentos, considerando que recebeu e-mail com anexos documentais vindos de meu e-mail em seu e-mail pessoal rrms@governadoria.pr.gov.br quando estava em viagem para a Alemanha.

f) O Governador e o Governo do Estado perderam toda e qualquer legitimidade para proceder qualquer investigação ou auditoria no Fundo Previdenciário dos servidores paranaenses. Considerando que existem reflexos no INSS e da possibilidade de crime contra o sistema financeiro nacional sugiro investigação isenta por parte da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, bem como do Ministério Público Estadual e da Assembléia Legislativa, no que couberem.

g) TODOS os atores deste processo devem ser investigados, em especial este subscrevente, considerando que, ao menos da minha parte, não há o que esconder. Todos meus atos estão à disposição para investigação isenta e externa, do dia 25/06/07, minha posse, até semana passada, minha demissão.

COMENTO

Só não dá para entender por que Alpendre, até a segunda-feira passada, mantinha silêncio obsequioso sobre o caso.

Texto do Blog de Marcus Vinícius.

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