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23 abril 2010

Disfarçar

O presidente estadual do PT, Ênio Verri, bem que ainda tentou disfarçar, mas não conseguiu convencer ninguém ao tentar negar que a cúpula nacional do partido assumiu o controle das negociações em torno das alianças para as eleições de outubro no Paraná. O comando federal da sigla sabe que a única alternativa de palanque competitivo no Estado para Dilma Roussef é o do pré-candidato do PDT ao governo, senador Osmar Dias. E que o rompimento anunciado pelos petistas locais por conta da exigência de Osmar de que Gleisi Hoffmann desista de disputar o Senado para ser sua vice significaria perder esse palanque, em troca de candidaturas próprias ao governo sem qualquer densidade eleitoral. Por isso, mandou o PT paranaense – controlado por Gleisi e seu marido, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo – “baixar a bola”, pois a ordem de Brasília é fazer tudo o que for necessário para atrair Osmar para a campanha de Dilma.

Tentando uma saída honrosa, Verri admitiu que a direção nacional vai a partir de agora “orientar” as negociações das alianças no Paraná, mas que depois é a direção estadual que vai decidir se aceita ou não essa orientação. Pura dissimulação. O PT paranaense não tem qualquer condição de peitar a cúpula do partido em Brasília, que sabe muito bem não ter opção se não fechar com Osmar caso Dilma queira ter alguma chance de crescer no Estado. Percepção essa reforçada pela última pesquisa Ibope que aponta que a diferença entre as intenções de voto da petista em relação a José Serra (PSDB) na região Sul cresceu para 20 pontos em favor do tucano, tornando portanto ainda mais fundamental para o Planalto garantir a sua candidata bases fortes no Paraná.

Texto do blog Política em debate.

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