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28 janeiro 2009

Primeira Viagem

Bom mesmo é entrevistar político de “primeira viagem”, que ainda não foi contaminado pelo chamado profissionalismo. Na tarde de ontem, entrei em contato com o vereador Professor Galdino (PV). Foi a primeira vez que conversamos depois da cerimônia de posse, no último dia 1º. Só o fato do homem ter sido eleito em Curitiba gastando R$ 532,00 na campanha já valeria um bate-papo.
O Professor mostrou que ainda não tem a língua presa pelas amarras políticas. Entre outras, Galdino confirmou a interferência do seu partido na montagem da equipe de gabinete, mas garantiu que isso acabou. “Não quero mais saber do partido dando palpites”.
Isso que Galdino parece ainda não ter a plena noção de que é bom de voto e que não depende do partido. Na verdade, o partido é que depende dele. Em todas as legendas, há raposas de plantão – não é exclusividade do PV – que vivem de cargos comissionados e da exploração da estrutura pública em proveito próprio.
Questionado sobre o funcionamento da Câmara, o novato não economizou. O professor disparou contra a tabela salarial da Casa. “Aqui existe uma tabela de salários que contribui para corrupção e para o desleixo dos vereadores. Queria ganhar esta eleição para fechar esta Casa para balanço e acabar com os vícios do século passado”. Galdino foi candidato avulso a presidência da Câmara, mas acabou recebendo apenas o próprio voto.
O vereador confirmou ainda que dirigentes do PV já estiveram em seu gabinete na tentativa de forçar sua entrada na disputa por cadeira na Assembléia em 2010. “Fui eleito para ser vereador. Não vou trabalhar por esta candidatura. A estrutura está sendo montada para cumprirmos os quatro anos de mandato de vereador. O secretário do PV já veio aqui e me pediu que seja candidato”.
Quando 2010 chegar, não só Galdino, mas também Roberto Aciolli - outro vereador do PV - irão confirmar suas candidaturas. Talvez não por sua vontade, mas para cumprir as determinações partidárias.

Texto do blog Política em debate.

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