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08 março 2010

MDB de Guerra



Companheiros de sempre, desde os tempos do velho MDB de Guerra, o governador Roberto Requião e o deputado estadual Waldyr Pugliesi colocam em risco o respeito que deveriam ter aos próprios cabelos bem brancos, que ambos já os tem, ao se envolverem nesta disputa pelo cargo de presidente do PMDB do Paraná. A bem da verdade, não é uma disputa, mas um desejo anunciado subrepticiamente, mas ainda não confirmado publicamente, pelo governador, de tomar o lugar de Pugliesi, assim que renunciar ao mandato no final de março.

Se ainda cultivar um mínimo de racionalidade, o governador Roberto Requião deve desmentir qualquer pretensão de roubar o cargo do amigo-companheiro de fé, e continuar na posição privilegiada de condutor máximo do PMDB do Paraná, trono do qual nenhum dos “bagrinhos” de sempre, que formam o entorno requianista, contestou em anos e anos de atuação política. O governador não precisa do cargo de presidente do PMDB para obter espaço no debate político local (porque já o tem de sobra) e nacional (porque não o tem, de qualquer forma), não depende do PMDB para eleger-se senador e nem das verbinhas partidárias para custear a campanha. Se for só por capricho pessoal, ou para buscar um título honorífico para chamar de seu, aí terá jogado na lona a própria trajetória política dentro do PMDB e nada resta a lamentar.

Da parte de Waldyr Pugliesi, se ceder o cargo (ele já disse que “nem morto”), curva-se oficialmente ao Governador, pessoalmente ao amigo de tantos anos e perde o respeito do Partido. Eis aí um acordo, ou uma transferência de poder dentro do PMDB, que será péssimo para os dois lados. Melhor que ambos, presidente do Partido e Governador, pensem melhor e resguardem os brios de dois homens beirando os 70 anos, quando se aproximam daquela fase da vida em que começa a se caminhar para a velhice, e logo em seguida, para a história.

Texto do blog de Ruth Bolognese.

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