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02 setembro 2008
Hilário
João Arruda, o sobrinho prestimoso de Requião, divulgou, ontem, nota à imprensa anunciando sua demissão do cargo de diretor da Cohapar (R$ 15 mil mensais) por conta de uma tal “hipocrisia”, que também atende por súmula vinculante número 13 do STF – aquela que proibiu o nepotismo em todo o país.
O tom do texto é hilário porque se trata de uma imitação barata da carta-testamento de Getúlio Vargas. A começar pelo título: “Saio do governo, mas a luta por justiça social continua”. Quaquaquá.
O governo Requião é mesmo de Marte. Diz Arruda logo de saída que o “governo do Paraná vem fazendo uma administração de esquerda e revolucionária, que inclui socialmente milhares de irmão paranaenses”.
Sim, irmão, sobrinhos, esposas, cunhados, primos, tios, filhos, teúdas e manteúdas…
Mais adiante sustenta que não é “alienígena e muito menos estranho à base aliada”, no que deixa insinuar que “forças ocultas” – ó céus – seriam as responsáveis pela decisão que fez com que abandonasse a sinecura que ocupava desde janeiro de 2007.
Mas Arruda não fica só nisso. Emenda ainda, misterioso, que a medida radical que tomou cumpre “script hipócrita e antidemocrático, que atenta contra o Estado de Direito Democrático”. Tradução: o “choro é livre”.
No desfecho do texto anuncia sua decisão que, diz, pode até soar estranha e contraditória: “saio do governo”.
Estranha? Sim, porque afinal, havia brechas que poderiam mantê-lo no cargo. Contraditória? É verdade, ele esperneou pouco.
O advogado Rogério Distéfano leu incrédulo a “carta-testamento” do sobrinho de Requião e deitou comentário impiedoso no Maxblog, hospedado no portal deste JE, que casa bem com o estilo getulista do autor: “Arruda sai do governo para entrar no rodapé da história”.
E se é por falta de adeus, PMDB saudações.
Texto do blog de Marcus Vinícius.
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