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29 outubro 2009

LÍNGUA


A língua é o chicote da bunda. Essa verdade se adequa ainda mais aos políticos, cujo maior instrumento de subidas e descidas eleitorais estão nos degraus das palavras usadas. Ambos sexagenários, Lula e Requião colecionam bobagens, são uns verborrágicos (”pessoa que usa uma quantidade excessiva e geralmente irritante de palavras para dizer coisas de pouco conteúdo ou sem importância”). Lula fala as besteiras com a intuição de que o povo quer ouvir besteiras. Para quem nunca leu um livro, de acordo. Já Requião, leitor de resumos ou orelhas de livros, cita o pensador italiano Gramsci (morto em 1937), lendo a Wikipedia. Mas Gramsci sabia que havia chicote na bunda para quem usava mal as palavras. Requião é mestre em levar chicotadas. Herói do Youtube com suas tiradas arrogantes e prepotentes, ele é aplaudido por vassalos que não honram as calças que vestem ao serem humilhados. Agora, embarcou numa gelada. Está na reta. Sua analogia do câncer e as paradas gays lhe será fatal nas próximas eleições. Como sabemos, campanha é guerra, e numa guerra vale tudo. Requião que o diga, porque sabe o que fez com José Richa, com Jaime Lerner, Greca, Taniguchi, Álvaro, Osmar, todos que o enfrentaram. Em tempos eleitorais, Requião açoita cabeça, tronco e membros dos adversários. É um guerreiro sem limites. Mas sua língua, agora, virou seu açoite. Na próxima campanha, na TV, um partidinho de aluguel desses vai mostrar, diariamente, em comerciais e no programa de uns 30 segundos de duração, um novo personagem: ”Bob, o gay”. Ele, implacavelmente, elogiará com jeitos e trejeitos a barriga, as camisas azuis, a jaqueta jeans, os cabelos prateados e os olhos azuis do candidato ao senado pelo PMDB. Bob será impiedoso. Um verdadeiro açoite deslumbrado. Se eu estivesse no lugar do candidato, dava o golpe no Pessuti e ficava até o final do mandato. Ou seria solidário e participava da próxima parada gay. Seria…. a glóóóriaaaaaa.

Texto do blog do Zé Beto.

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