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04 maio 2009

UMA TOCHA HUMANA

por JamurJr.

Algaci Túlio já foi vereador, deputado e agora é novamente vereador em Curitiba. Desde pequeno gostava de ouvir o único rádio da localidade onde morava, instalado na bodega de João Túlio. Movido a bateria, o receptor tinha a responsabilidade de entreter e informar a população local. Aos domingos os moradores do distrito de Areias, em Almirante Tamandaré, próximo a Curitiba, se reuniam em torno do rádio de seu Túlio para ouvir as transmissões esportivas. Entre eles estava Algaci Túlio, filho de João. Aos 14 nos de idade já era colaborador da Rádio Marumby. Não ganhava nada pelo seu trabalho que exigia muito suor. Circulava pelos clubes de bairros coletando notícias do futebol amador para o programa dirigido por Osni Silveira. Revelou talento e dedicação na atividade, o que lhe valeu um convite de Mauricio Fruet para integrar a equipe esportiva da Rádio Emissora Paranaense. Anos mais tarde foi lançado na televisão como repórter policial. Nos anos 70, quando a TV Paraná foi comprada pelo empresário Jose Carlos Martinez, o diretor de jornalismo na época (este que vos escreve) decidiu colocar no ar o primeiro telejornal transmitido às sete horas da manhã. O programa, que tinha o nome de “Café Com Leite”, era apresentado pelo jornalista Narciso Assumpção, um negro elegante, culto e extremamente simpático, e uma loirinha que foi encontrada como balconista das Lojas Prosdócimo. Nesse time, Algaci Túlio entrou para apresentar diariamente uma resenha de todas as ocorrências policiais e disputar a audiência com as rádios que mantinham programas policiais nesse horário. Para isso levantava madrugada e percorria as delegacias de Curitiba coletando notícias. Antes das sete da manhã já estava no estúdio, pronto para contar para os telespectadores tudo o que ocorria no setor durante a noite. Tornou-se muito popular e elegeu-se vereador com grande votação. No período em que atuou no rádio, fez muito sucesso, foi um grande campeão de audiência e, como a maioria dos profissionais, deixou alguma marca com gafes que ficaram na história. Costumava usar com freqüência a expressão “profundamente lamentável”. Um dia,contando sobre uma ocorrênciam, tropeçou feio. Com voz forte e num tom emocionado anunciou: “Senhores ouvintes, é profundamente lamentável o que aconteceu! O larápio entrou na casa do cidadão e levou tudo o que pode - e ainda cometeu uma barbaridade. Pasmem, senhores ouvintes: o marginal botou fogo no gato da família. O pobre bichano virou UMA TOCHA HUMANA.”

Texto do blog de Zé Beto.

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