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11 abril 2011

Sem Festa


Do Bem Paraná:

O prefeito Luciano Ducci (PSB) completou, no último dia 30, um ano no cargo, sem festa ou alarde. A ausência de comemoração pode ser explicada pela lista de problemas acumulados pela administração municipal no período, que enfrenta críticas crescentes pela falta de solução para carências em áreas essenciais, como transporte público, trânsito, segurança, além de pendências crônicas em setores como o lixo, falta de vagas em creches, enchentes e inundações em bairros da Capital. No plano político, Ducci tenta superar a falta de carisma e conhecimento do eleitorado para se firmar como candidato do grupo do governador Beto Richa (PSDB), enfrentando a concorrência do ex-deputado Gustavo Fruet (PSDB), liderança ascendente no Estado.

No transporte coletivo - área em que Curitiba sempre foi apontada como referência no País - cresce o descontentamento dos usuários com a perda de qualidade do sistema, e as reclamações com a constante superlotação, atrasos e os cada vez mais frequentes acidentes envolvendos ônibus. Queixas agravadas pelo aumento de 13,6% aplicado na tarifa em fevereiro último, contra uma inflação acumulada de 10,9% da inflação desde janeiro de 2009, data do reajuste anterior.

O trânsito da Capital nunca esteve tão congestionado, e as obras que prometiam desafogar pontos críticos, como a da Linha Verde, seguem questionadas e apontadas pelos usuários como verdadeiras “armadilhas” por conta do caos nos horários de pico provocados pela falta de viadutos e trincheiras. Para piorar, o sistema de fiscalização eletrônica foi colocado em xeque após denúncias de manipulação de licitações, pagamento de propina e “sumiço” de multas envolvendo políticos e poderosos que atingiram a Consilux, empresa que mantém contratos para a operação de radares e lombadas eletrônicas em Curitiba desde 1998. O escândalo levou Ducci a anunciar o rompimento do contrato e a estatização do sistema, mas até agora a prefeitura não sabe como isso vai se dar na prática, nem conseguiu afastar o risco de pagamento de uma indenização milionária que sairia do bolso do contribuinte por conta da medida.

As denúncias levaram o Tribunal de Contas e o Ministério Público a abrirem investigação sobre o caso. E uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pedida pela bancada de oposição na Câmara Municipal só não saiu do papel pela ação da bancada de apoio ao prefeito.
Na segurança pública, as notícias também não dão margem à comemoração. Em fevereiro, Curitiba foi apontada como a sexta capital com a maior taxa de homicídios no país e a primeira no ranking da violência entre as capitais da Região Sul pelo Mapa da Violência/2011, levantamento divulgado pelo Instituto Sangari e o Ministério da Justiça. A capital paranaense tem uma taxa de 56,5 homicídios a cada 100 mil habitantes. Maceió (AL) lidera o ranking das capitais, com taxa de 107,1, enquanto São Paulo (SP) tem a menor taxa entre as capitais: 14,8.

Enchentes e creches — As fortes chuvas que atingiram Curitiba nos primeiros meses do ano também evidenciaram problemas de infra-estrutura e urbanização na Capital paranaense, com o alagamento de bairros e destruição de casas. No plano ambiental, após o fechamento do aterro da Caximba, a cidade segue sem uma solução definitiva para a dispensação do lixo. A prefeitura foi obrigada a apelar para uma alternativa provisória, com o aluguel de um aterro privado em Fazenda Rio Grande, enquanto a licitação para a implantação do novo sistema, o Sipar, segue emperrada na Justiça.

O fim do déficit de vagas em creches, um dos compromissos de campanha do atual prefeito, também não foi cumprido. As 18 creches municipais previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2010 ainda não saíram do papel. E no ritmo atual, com os atrasos nas obras, a promessa de zerar o déficit até 2012 não deve ser realizada antes de 2013.

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